Perna biônica pode ser controlada pelo cérebro


As próteses atuais são de grande ajuda para pessoas que, por acidente ou enfermidade, perderam algum membro do corpo. Mas a próxima geração desses equipamentos promete oferecer muito mais realismo, digamos assim. É o caso da perna biônica em desenvolvimento pela fabricante Ossur: os movimentos da prótese podem simplesmente ser controlados com o cérebro.
     Mesmo as próteses mais modernas de hoje podem causar frustração nos usuários. Muitas vezes, a pessoa percebe um atraso na realização do movimento desejado porque o acionamento do dispositivo depende da contração de um músculo. A prótese da Ossur não tem esse problema por conta de sensores chamados IMES (Implanted MyoElectric Sensor).
     Basicamente, a tecnologia funciona da seguinte forma: quando o cérebro emite uma “ordem” para movimentar o pé, os sinais correspondentes são captados por um par de sensores colocados em contato com um tecido muscular da perna próximo ao ponto onde houve a amputação.
     Esses sensores atuam como se fossem continuações nervosas do membro, de modo que não é necessário aguardar o músculo se contrair para a prótese ser ativada: assim que recebem o comando, os sensores enviam a ordem para que o equipamento realize o movimento correspondente. Tudo acontece praticamente em tempo real.
     Se funciona? A declaração de Gudmundur Olafsson, um dos dois pacientes que participam dos testes, responde: “para ser honesto, na primeira vez, eu comecei a chorar. Fizeram o tornozelo se movimentar e eu não tinha um há onze anos”.
     Equipamentos biônicos comandados pela mente não são novidade. Mas muitos desses projetos exigem procedimentos complexos, como transplante de tecido muscular ou ligação de eletrodos diretamente ao cérebro. No caso da Ossur, o procedimento cirúrgico para implantação dos sensores é simples – a operação de Olafsson, por exemplo, durou apenas 15 minutos.
     Há outra vantagem: os sensores são alimentados diretamente pela prótese, portanto, não é necessário trocá-los periodicamente ou mesmo implementar baterias, o que os deixa menores.
     Além de oferecer movimentos quase tão realistas quanto os naturais, próteses com IMES podem ajudar a pessoa a evitar que músculos do membro afetado atrofiem.
     A má notícia é que um produto como esse deve demorar um pouco para ser disponibilizado. A Ossur planeja agora realizar testes em larga escala para avaliar melhor a eficácia da prótese. Se tudo der certo, a tecnologia levará de três a cinco anos para chegar ao mercado.
     Como já destacado, essa não é a única pesquisa que envolve comando de próteses a partir do cérebro. Outro exemplo interessante vem da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos: os pesquisadores da instituição conseguiram fazer um senhor controlar mentalmente dois braços robóticos ao mesmo tempo.

Fonte: Engadget, Popular Science



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