Mercado de dispositivos móveis na China está estagnado
O mercado chinês de
smartphones é atualmente o maior do mundo, tendo ultrapassado o norte-americano
em 2011. Considerando que ele é o país mais populoso do mundo as empresas
sempre deram uma atenção maior a ele, pois qualquer lançamento bem-sucedido por
lá representa uma marca considerável em seu market share.
Só que esses tempos estão passando.
Segundo uma pesquisa da IDC a venda de dispositivos móveis na China está
começando a cair, e por um motivo bem simples: não há mais para quem vender.
Os números apurados mostram uma queda nas
vendas de smartphones de 4,3% no primeiro trimestre de 2015 se comparado com o
mesmo período do ano passado, algo que não acontece desde 2009. De acordo com
Tom Kang, diretor da Counterpoint o mercado mobile da China atingiu o ponto de
estagnação: 90% dos cidadãos do país possuem ao menos um smartphone, portanto a
queda simboliza que aqueles interessados em utilizar um dispositivo móvel já
possuem um. “A China se tornou um mercado mobile de substituição”, diz Kang.
A verdade é que esse cenário é uma
realidade em muitos países: nem todo mundo tem dinheiro ou disposição para
trocar de smartphone todos os anos como os fabricantes, sem exceções gostariam
que seus clientes fizessem. Mas como se trata da China e seus mais de dois
bilhões de habitantes, sem contar que hoje ele é um mercado fortíssimo a
retração nas vendas irá de fato causar preocupação.
O que as empresas terão que fazer a partir
de agora? Desenvolver novas estratégias não para atender um novo usuário, mas
para convencer o que está feliz e satisfeito com seus smartphone a trocar por
um aparelho mais moderno. Nisso a Apple leva certa vantagem por ser a marca
dominante naquele mercado: o campo de distorção da realidade, embora mais fraco
nos últimos anos ainda funciona razoavelmente bem na China, ainda mais se
considerarmos a evolução do iPhone 5 para o 6 e 6 Plus como um upgrade radical,
algo que justifique a troca dos dispositivos.
Já para os fabricantes de Androids, como a
Samsung e as empresas locais Xiaomi e Lenovo a coisa é um pouco mais
complicada: o market share chinês se divide entre dispositivos de ponta e
low-end extemamente baratos, modelos intermediários não tem muita saída e,
portanto, se focar nessa linha de produtos é um mau negócio por lá. Nisso,
consumidores de aparelhos mais baratos são tradicionalmente menos propensos a
trocarem de aparelho com frequência.
Em todo caso é bom ficarmos de olho no que
acontece hoje na China, pois se mesmo com altas vendas o mercado de lá está se
retraindo, é fato que veremos o fenômeno se repetir em outros lugares muito em
breve.
Fonte: WSJ.
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