Pesquisadores encontram DNA desconhecido no metrô de Nova York
Uma nova pesquisa descobriu
que o metrô de Nova York está cheio de bactérias cujo DNA desconhecido não
pertence a nenhum organismo conhecido.
Os resultados de um novo grande projeto de
sequenciamento de DNA no metrô de Nova York acabam de ser publicados.
Os pesquisadores descobriram uma grande
quantidade de bactérias, sendo a maioria inofensiva. O que é realmente
importante, porém, é o que nós não sabemos nada sobre elas.
O projeto PathoMap, que envolveu
amostragem de catracas, bancos e teclados em 466 estações encontrou 15.152
formas de vida no total, metade das quais era bacteriana.
O que não sabemos
Nos últimos anos, o sequenciamento
genético tornou-se muito mais poderoso e barato, tornando a análise
metagenômica possível. Isto significa que podemos pegar todo o DNA em uma
amostra ambiental – humano, vegetal, bacteriano, o que for – e sequenciá-lo
completamente.
O problema, porém, é que as nossas
bibliotecas genéticas ainda são incompletas. Por exemplo, se nós não sabemos
como as sequências de DNA de uma barata são, como podemos saber se determinada
sequência de DNA pertence a uma barata? É por isso que metade do DNA encontrado
no metrô não bate com o de nenhum organismo conhecido.
Isto é especialmente verdadeiro quando se
trata de bactérias que estão sendo descobertas pela primeira vez em novas
análises metagenômicas. E o que significa “associado”, quando se trata de
bactérias? Talvez nós encontremos uma certa bactéria no queijo uma vez, mas
nunca soubemos qual seu verdadeiro habitat natural.
Mesmo as melhores tecnologias que temos
agora são ferramentas rudimentares, tateando um mundo vasto e invisível. É
difícil intuir se faz sentido a Acinetobacter ou o Enterococcus estarem no
metrô, mas a equipe de pesquisa descobriu uma abundância de DNA não microbiano
também, e um monte deles também não fazia sentido.
O DNA humano foi predominante, como foram
os dos besouros e das moscas. Esses fazem sentido. O terceiro DNA mais
prevalente, porém, foi o do pepino. Pepino? Quando foi a última vez que você
viu alguém comer um pepino no metrô? Mais provavelmente, o programa de
computador agrupou todo o material vegetal como se fosse pepino.
Os mais estranhos
Pesquisas de banco de dados iniciais com
DNA do metrô, por exemplo, mostraram falsos positivos para o diabo da Tasmânia,
o iaque do Himalaia e moscas da fruta do Mediterrâneo – todos altamente
improváveis de serem encontrados no sistema de trânsito de Nova York.
É por isso que parte do DNA microbial
descoberto soa alarmante – antraz, por exemplo - mas realmente não é motivo
para alarme. Nada disto diminui, é claro, o quão incrivelmente interessante a
microbiologia urbana realmente é. A cidade é um organismo, e nós estamos
lentamente começando a entender o seu microbioma.
Fonte: Hypescience
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