Novas tecnologias permitirão testar teoria de Einstein comprovada em Sobral
Há quase em século, um jovem físico suíço
revolucionava a física com descobertas sobre a relação entre espaço e o tempo,
desenvolvendo uma radical nova compreensão da gravidade. Em 1915, Albert
Einstein publicou a teoria da relatividade geral, que descreveu a gravidade
como uma propriedade fundamental do espaço-tempo. Ela veio descrita num
conjunto de equações que relacionam a curvatura do espaço-tempo com a energia e
o momento em que a radiação de uma matéria está presente em uma determinada
região.
Passados quase 100 anos, a teoria da
gravitação de Einstein continua a ser um pilar fundamental da física moderna e
tem resistido a todos os testes feitos por cientistas. No entanto, até
recentemente não era possível fazer experimentos para investigar a teoria sob
condições extremas. Agora, os cientistas finalmente têm a tecnologia para
explorar todas as possibilidades descritas na teoria da relatividade geral
comprovada em experimento em Sobral, no Ceará.
. A
grandiosidade do trabalho de Einstein impressiona até mesmo a comunidade
científica: “Para mim, é absolutamente incrível como a relatividade geral fez
depois de 100 anos“, afirma Clifford Will, físico teórico da Universidade da
Flórida. “O que ele escreveu no início do século passado é a mesma coisa que
usamos hoje“, disse em entrevista à publicação científica Live Science. A
relatividade geral foi confirmada em Sobral por inúmeras observações e embora
nunca tenha havido “um fragmento de evidência” de que há algo errado com a
teoria, Will acredita que “é importante para testar a teoria em regimes em que
não tenha sido testado antes“.
Sabemos que a relatividade geral funciona
muito bem para a força da gravidade “comum”, vivida por seres humanos na Terra
ou por planetas do sistema solar. No entanto, a teoria nunca foi testada em
campos com forças gravitacionais extremamente fortes. A melhor perspectiva para
testar a teoria nestas condições é procurar ondulações no espaço-tempo,
conhecidas como ondas gravitacionais, que podem ser produzidos por eventos
violentos, como a fusão de dois corpos maciços, buracos negros ou objetos
extremamente densos (como uma estrelas de nêutrons).
O desafio, até hoje, era desenvolver uma
tecnologia capaz de captar e estudar as ondas gravitacionais. A tarefa parece
ter sido solucionada pelo Observatório de Ondas Gravitacionais por
Interferômetro Laser (The Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory –
LIGO), com instalações em Richland, Washington, e Livingston na Louisiana, usa
lasers para detectar minúsculas distorções em 2 longos detectores em forma de
L. Conforme as ondas passam pelos detectores é possível esticar e comprimir o
espaço, gerando uma medição.
O LIGO iniciou suas operações em 2002 e
não foram detectadas ondas gravitacionais. Em 2010, ele foi desativado para
melhorias. Seu sucessor, conhecido como Advanced LIGO, está programado para
entrar em funcionamento no final deste ano. Há uma série de outras possíveis
experiências que poderiam ser feitas para detectar ondas gravitacionais. Uma
delas seria olhar para as propriedades das ondas gravitacionais polarizadas,
que assim como a luz, poderia ser observada através de um par de óculos
polarizados (devidamente desenvolvido).
No entanto, mesmo que os cientistas
consigam detectar as ondas gravitacionais, Will espera que eles só venham
reforçar as teorias de Einstein: “Minha opinião é: vamos continuar provando a
validade da relatividade geral“. Sendo assim, por que se preocupar em fazer
esses experimentos? “Um dos objetivos fundamentais da física é encontrar uma
teoria que una a relatividade geral, o mundo macroscópico, a mecânica quântica
e o mundo microscópico. No entanto, encontrar uma tal teoria – conhecida como a
gravidade quântica – pode exigir algumas modificações na relatividade geral.”
completou Will.
A ciência é o produto de milhares de
mentes e esforços de homens e mulheres através do tempo. Mas é impossível não
individualizar a genialidade de alguns homens, como Albert Einstein. Homens que
como Nietzsche bem definiu em Ecce Homo “nascem póstumos” e demoram mais de 100
anos para serem compreendidos.
Museu do Eclipse em Sobral
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