Estudo sugere que a maconha é mais segura do que o álcool e o tabaco
Um novo estudo que pesquisou
o risco de morte associado a diversas drogas descobriu que a maconha é mais
segura do que o álcool e o tabaco.
O estudo descobriu também que o álcool é a
mais mortífera de todas as substâncias, seguido pela heroína e cocaína.
A maconha, por outro lado, foi associada a
menor risco de morte. O estudo sugere ainda que temos superestimado o quanto a
maconha é perigosa, o que significa que é ainda mais segura do que pensávamos.
O estudo, liderado pelo químico de
alimentos e toxicologista Dirk W. Lachenmeier, descobriu o risco de mortalidade
associado a uma série de substâncias, comparando cada uma das suas doses letais
com a quantidade típica usada. Eles referem-se a esta proporção como a
"margem de exposição", que pode ser utilizada para medir a probabilidade
de um usuário sofrer uma overdose.
Na verdade, entre todos os químicos
analisados, a maconha é a única que pode ser classificada como tendo um
"risco de mortalidade baixo", enquanto o álcool e o tabaco foram
classificados como substâncias de "alto risco". Estas classificações
são baseadas exclusivamente nas próprias substâncias, e não levam em conta os
fatores de risco ambientais associados com algumas delas.
Por exemplo, não devemos usar isto para
dizer que o uso moderado de álcool é mais arriscado do que o uso regular de
heroína, porque fatores associados ao consumo como agulhas sujas não foram
considerados no âmbito do presente estudo. Embora estudos anteriores também
tenham verificado que a maconha é uma droga recreativa segura - em termos de
risco de morte - este é o primeiro estudo a concluir que o perigo do uso da maconha
está sendo superestimado.
Os investigadores dizem no artigo:
"Muitos governos na Europa têm favorecido políticas mais restritivas no
que diz respeito às drogas ilícitas do que ao álcool ou tabaco, com o
fundamento de que consideram o abuso de drogas ilícitas como um problema
significativamente maior para a sociedade". Assim, estas classificações
podem ser úteis para informar aos políticos e ao público sobre a importância
relativa das drogas lícitas e ilícitas.
Os pesquisadores sugerem que, com base
nestes resultados, os governos de todo o mundo devam centrar esforços para
mitigar os efeitos perigosos de álcool e tabaco, em vez de enfatizarem o uso de
drogas ilícitas. De igual forma, consideram que as legislações rigorosas
associadas ao uso de maconha em muitos países ao redor do mundo não se coadunam
com a sua baixa classificação de risco no estudo.
Na verdade, eles dizem que a análise das
classificações governamentais de drogas são frequentemente desprovidas de base
científica que as justifique, e somente nos últimos 10 anos começaram a
basear-se em provas científicas, ao invés de anedóticas. Ainda assim, o estudo
apenas olha para a morte como um risco associado à maconha.
Assim, o estudo não diz que a droga é
completamente segura para consumo, ou que ela não deve ser regulada, porque
embora possa ser difícil morrer ao usá-la, existem outros estudos que sugerem o
risco de desenvolvimento de certos problemas de saúde mental e outros
distúrbios. De fato, tudo o que colocamos no nosso corpo, quer se trate de
açúcar, sal ou heroína, tem riscos associados.
Fonte: Sciencealert
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