O fim das TVs com tela de plasma
No ano passado, a Panasonic
anunciou que estava saindo do mercado de TVs de plasma para se dedicar ao OLED.
Agora, outra gigante tomou a mesma decisão: a Samsung confirmou que sua
produção de TVs de plasma chegará ao fim em 30 de novembro. Mais um prego no
caixão da tecnologia, que recebeu muita propaganda negativa por causa dos
problemas que afetavam os primeiros modelos.
O motivo oficial para a decisão da Samsung
é o que nós já sabemos: a demanda por TVs de plasma despencou, portanto, a
coreana pretende focar seus esforços em TVs de tela curva e com resolução 4K.
Um estudo recente da NPD DisplaySearch mostra que as vendas das TVs de plasma
(PDP), que nunca foram muito altas, estão tendendo a zero (mesmo em 2011, elas
respondiam por apenas 6% das vendas).
A situação não é diferente no Brasil, onde
as TVs de LCD dominam o mercado, com 83,1% das vendas de TVs no primeiro
semestre de 2013, de acordo com a GfK. Plasma? Só 5%, o que é até
compreensível, já que Panasonic e Samsung raramente destacam suas TVs de plasma
topo de linha no Brasil, direcionando o marketing (e as vendas) para as TVs de
LCD, mais acessíveis, mais baratas de se produzir e com margens de lucro
superiores.
As TVs de plasma costumam ser melhores que
as LCD em vários aspectos, especialmente em saturação, tempo de resposta e
contraste, e elas normalmente aparecem no topo das recomendações de
entusiastas: o Wirecutter, por exemplo, afirma que a melhor TV para se comprar
hoje é justamente uma de plasma da Samsung, a F8500. Mesmo assim, entre o
público em geral, elas nunca foram bem sucedidas. Por quê?
Talvez,
o principal motivo seja o grave problema que afetava os primeiros modelos:
objetos estáticos, como a marca da emissora, o placar do jogo de futebol ou
faixas pretas em imagens 4:3, marcavam permanentemente a tela, em um problema
conhecido como burn-in. Esse defeito também existia nas TVs CRT e LCD, mas em
uma escala muito menor. Hoje, o burn-in permanente no plasma é coisa do
passado. Mas quem vai arriscar seu suado dinheirinho?
Outras duas desvantagens do plasma em
relação ao LCD também dificultaram a popularização. Por terem painéis frontais
de vidro, as TVs de plasma emitem mais reflexos que as LCD, que trazem filtros
polarizadores e anti-reflexos na frente do vidro, o que reduz o problema. Além
disso, o plasma consome mais energia que o LCD — não é o suficiente para gerar
uma conta de luz monstruosa, mas é o suficiente para afastar consumidores.
Com duas grandes fabricantes saindo do
mercado, as TVs de plasma devem desaparecer totalmente do mercado nos próximos
anos. Ainda sobrou a LG, mas não se surpreenda caso ela também decida parar de
produzir essas TVs em breve: a sul-coreana também está investindo bastante em
TVs OLED, Ultra HD e de tela curva.
Portanto, se você tem e gosta da sua TV de
plasma, cuide bem dela: é pouco provável que você consiga comprar outra no
futuro. E se as TVs de LCD não lhe agradam, talvez a resposta esteja nas TVs
OLED — mas isso só daqui a alguns anos, já que elas ainda estão absurdamente
caras.
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