Inteligência artificial pode nos matar, diz pesquisa
Pesquisadores do Instituto do Futuro da
Humanidade, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, estudam riscos sobre o
desenvolvimento da inteligência artificial (AI, na sigla em inglês) para a
humanidade. Eles se preocupam com os perigos da evolução dessa tecnologia e
consideram até a hipótese de robôs exterminarem a espécie humana. A Skynet, do
filme “Exterminador do Futuro” (1984), estaria diante de nós? Nesse blockbuster
do cinema, a inteligência artificial, que deveria defender a nação
norte-americana, se revolta contra seu próprio criador, o homem, pois enxerga
nele uma ameaça à sua existência.
A entidade britânica realizou, neste mês
de julho, palestras com temas tecnológicos e abordou, então, a questão sobre a
segurança da inteligência artificial. O pesquisador e filósofo do instituto,
Stuart Armstrong, acredita que há poucos estudos sobre os riscos de larga
escala das IAs no meio acadêmico. Segundo Armstrong, se o desenvolvimento da
inteligência artificial der errado em algum momento, sua consequência pode ser
proporcionalmente mais significativa para a extinção da humanidade do que uma
guerra nuclear ou uma pandemia.
O cientista teme que as AIs se tornem
melhores do que os humanos na política, na economia e, potencialmente, na
pesquisa tecnológica. “Esqueça ‘O Exterminador do Futuro’. Os robôs do filme
são basicamente servidores de armadura, e temos de ter medo da história de
nossa evolução, mas o que realmente pode nos assustar é uma inteligência mais
esperta do que nós, mais socialmente adaptada” afirmou Armstrong.
O receio do pesquisador é compartilhado
também por seu colega de Oxford Nick Bostrom, filósofo. No início deste mês,
Bostrom lançou, no Reino Unido, sua obra "Superintelligence: Paths,
Dangers, Strategies", que pretende desmitificar a ideia de que o controle
de uma inteligência artificial sobre seres humanos é irreal. Bostrom levanta
reflexões sobre o que poderia acontecer se as máquinas ultrapassassem a
inteligência humana. O filósofo segue o raciocínio de que o que diferencia o
ser humano do resto dos outros seres são as capacidades mentais superiores. E
são esses atributos que colocam o homem em uma posição dominante. Por isso,
caso as AIs evoluam desenfreadamente, elas poderiam tomar esse lugar soberano.
O filme “Transcendence – A Revolução”
(2014), lançado neste mês, com Johnny Depp no papel protagonista, é outro
exemplo fictício de uma inteligência artificial que atinge o nível global sem o
controle do governo. No ano passado, outro filme tentou ilustrar um futuro bem
próximo prevalecido pela inteligência artificial: "Ela" (2013),
indicado ao Oscar, que mostra uma sociedade dependente de AIs para se comunicar
e até amar.
Se o meio acadêmico não tem dado tanta
atenção ao tema, não faltam longas-metragens que apostaram nele, como
"A.I. - Inteligência Artificial" (2001), de Steven Spielberg. Será
que o cinema está prevendo o porvir ou nos alertando sobre um possível destino
alarmante? O diretor de engenharia do Google, Ray Kurzweil, por outro lado, é
mais otimista e crê que a espécie humana é capaz de fazer o seu melhor no mundo
tecnológico, sem descambar para uma "Skynet".
Fonte: Future of Humanity
Institute e TNW
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