O Peido Japonês




       O Padre Dr. José Palhano de Sabóia, ex-prefeito de Sobral, era um homem viajado e costumava ir sempre ao Rio de Janeiro a passeio. Em sua viagens ele costumava trazer alguns “souvenirs” para seu amigo Clotário Aguiar, comerciante  da Camisaria Elegante, situada à rua Domingos Olímpio.

     Entre tais objetos, destacava-se o “peido  japonês” que era um cordãozinho acinzentado de cerca de 1 cm de comprimento que vinha embalado em papel prateado com cerca de dez unidades cada. O tal cordãozinho, após aceso, exalava uma fumaça de odor insuportável muito semelhante ao flato humano.  Sua utilidade era enorme: Servia para espantar vendedor indesejado, pedintes insistentes e até amigos “malas”, que não arredavam o pé do seu comércio ou dos vizinhos. Quando juntava muita gente na loja do papai, por exemplo, com conversa fiada, atrapalhando as vendas, Seu Clotário vinha de fininho com o peido japonês já aceso, soltava discretamente próximo à roda e começava a dizer: “Ô rapaz, tu ta pôde”. Imediatamente a roda se desfazia e a risadaria era geral.

     Bem, o papai sempre ganhava alguns pacotinhos do tal cordão e repassava para nós. Certa vez, levei um para o Colégio Sobralense e dei um para o Jeca que colocou dentro de um cigarro e acendeu na volta do recreio. Foi uma confusão geral quando o bicho começou a “cheirar”. A professora, Dona Lúcia Sobreira, descobriu os autores da façanha e nos mandou para a diretoria para conversar com o Padre Zé. Já imaginou o resto né?

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