Diplopia, um jogo que corrige o estrabismo


     Quem disse que os games são limitados a oferecer apenas diversão aos jogadores? Além de alguns títulos colaborarem comprovadamente com o desenvolvimento das capacidades cognitivas, dos reflexos e até da concentração, um outro patamar vem sendo alcançado aos poucos: o dos tratamentos para anomalias oculares.
     O melhor exemplo disso, atualmente, é Diplopia, um jogo que vem sendo desenvolvido em partes para dispositivos de realidade virtual. Com o auxílio das lentes do Oculus Rift, Diplopia ajuda a corrigir disfunções como a ambliopia, conhecida por aqui como “olho vago” e o estrabismo (a popular vesguice, mesmo). A campanha da iniciativa está ativa no Indiegogo, site de crowdfunding especializado em obras independentes.
     O esquema do jogo é interessante: graças às lentes independentes do Oculus, Diplopia é capaz de enviar imagens distorcidas diferentes para cada olho do jogador. Fazendo o uso do dispositivo por cerca de duas horas por dia, a melhora da visão é percebida em até três semanas.
     Os responsáveis pela criação do jogo explicam que seu diferencial é, principalmente, utilizar um método novo para esse tipo de tratamento. Ao longo dos anos, médicos acreditaram que manter um dos olhos com tampões faria com que o outro olho fosse forçado a se corrigir (o que funcionaria somente na infância). Recentemente, descobriram que isso era só um mito, e que dá pra corrigir os dois olhos de uma vez – inclusive com o auxílio de videogames.
     Diplopia ajuda a tratar a visão de adolescentes e até de adultos, e a explicação para isso está na página do projeto: “A bola (do jogo) se move rápido em três dimensões, forçando o jogador a acompanhá-la rápido para vencer. Isso exercita os olhos mais do que um jogo lento, com menos movimento”. E não é só isso: caso você não seja portador de disfunções visuais, mas tenha ficado interessado no jogo, saiba que ele também tem um modo “normal”.
Por que é legal? Porque crianças vão poder receber tratamento adequado de forma muito mais descolada do que aqueles tampões toscos que te faziam ser zoado na escola. E os adultos que até hoje possuem a disfunção poderão se tratar e se vingar dos bullies.
Por que é inovador? O tratamento para um distúrbio físico a partir de videogames, um tapa na cara de quem acha que games são só diversão.
Por que é vanguarda? Porque pretende ajudar também aos daltônicos e portadores de outras disfunções oculares, e com o uso de um aparelho que, após corrigido o problema, se torna uma fonte divertidíssima de entretenimento.
Vale o investimento? Super! Você vai ajudar muita gente e, de quebra, ganha uma nova função para aquele Oculus que comprou na campanha do Kickstarter e até hoje não usou pra nada. E valor mínimo da doação (US$ 5) sai mais barato que a cerveja que você vai tomar no bar no happy hour de hoje.

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