O futuro da interação com os eletrônicos
Vamos falar de uma tecnologia que começou
a ser explorada comercialmente há uns seis anos, em consoles de videogame, mas
que tem muito ainda para evoluir e muitos dispositivos onde pode ser aplicada:
o reconhecimento de gestos. Especificamente, o reconhecimento de gestos
baseados na “visão” – que, segundo o instituto de pesquisas ABI Research,
estará presente em 600 milhões de smartphones dentro de cinco anos.
E isso muda tudo. Porque os gestos são tão
intrínsecos em nossa comunicação que se torna virtualmente impossível não
usá-los em uma conversação. E nem estamos falando dos italianos, que “falam”
com as mãos – hábito muito bem integrado em nossa sociedade, inclusive.
Antes de qualquer coisa, é necessário
saber que o reconhecimento de gestos é uma aplicação da área de Visão Computacional
– um conjunto de processamento de imagens utilizado para fazer com que uma
máquina “entenda” um gesto capturado por uma webcam ou um equivalente.
“Essa tecnologia é o futuro,
particularmente no mercado de smartphones, tablets e tocadores portáteis de
mídia. Como eles já estão muito bem inseridos em nossa vida cotidiana, ter uma
nova opção de interface de comunicação é algo muito bem-vindo”, acredita Josh
Flood, analista sênior da ABI.
Hoje, a tecnologia de reconhecimento de
gestos por meio de um complemento à máquina que nos “enxergue” (por isso as
webcams) ainda não é muito explorada. Alguns consoles oferecem sensores visuais
aliados a outros sensores e sistemas de mapeamento. E algumas TVs com webcams
começam a pipocar no mercado justamente oferecendo essa funcionalidade. Mas
ainda existem alguns bons desafios para sua evolução em dispositivos móveis.
Um deles é o funcionamento em condições
adversas de iluminação. Outro, do movimento ao redor – quando você usa a webcam
andando, por exemplo, e como ela deve lidar com o cenário por trás de você. O
terceiro dilema é o consumo de energia, como vocês devem imaginar.
Fabricantes de processadores estão
trabalhando para resolver essas questões com novas tecnologias, encabeçadas
pela Qualcomm, parceira da Lenovo para dispositivos móveis. A Intel, que também
é parceira da Lenovo, também defende que o desenvolvimento de soluções de
reconhecimento de gestos e voz ocupará boa parte de suas atividades a partir do
ano que vem.
O uso da tecnologia tende a ser bastante
natural para nós, principalmente entre aqueles que estão acostumados já a
realizar videochamadas nos telefones e brincar com videogames de última
geração. A ideia é essa mesma: fazer com que esses dispositivos se tornem uma
extensão do nosso corpo.
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