Vermes-robôs poderão no futuro comer tumores cerebrais
Boa parte das larvas de moscas possuem
hábitos saprófagos, isso é, se alimentam de tecidos necrosados, tanto é que um
tratamento bastante comum é aplicar larvas esterilizadas em ferimentos, para
que elas se encarreguem de livrar todo o tecido infeccionado que poderia
evoluir para um quadro mais grave, levando a uma amputação ou até mesmo à morte
do paciente.
Esse tratamento deu a J. Marc Simard,
neurocirurgião da Escola de Medicina da Universidade de Maryland uma ideia: a
técnica poderia ser aplicada no tratamento de tumores cerebrais, mas ao invés
de inserir larvas vivas (claro, né?) os pesquisadores decidiram por um modelo
robótico similar, que seria minimamente invasivo e de grande ajuda num
procedimento cirúrgico.
Em muitos casos uma cirurgia cerebral não
é possível, pois não é possível distinguir o que é tecido saudável e o que
tumor sem uma ressonância magnética. É aí que o robozinho entra: a sonda do
tamanho de um indicador e totalmente articulada seria inserida no crânio e como
é controlado remotamente permite ao cirurgião observar a ressonância e
direcioná-lo. Uma peça eletrocauterizante é aquecida para queimar os tecidos do
tumor e através de sucção a sonda suga eles para fora; portanto o verme
mecânico literalmente come tumores.
Agora a melhor parte: o primeiro protótipo
elétrico estava causando distorção nas imagens da ressonância, e a solução
encontrada veio do nosso velho amigo Arquimedes, com polias, linhas e molas.
No momento a sonda está
sendo testada em cadáveres de porcos e humanos, portanto ainda vai demorar um
pouquinho para que um médico com risada maligna abra um buraco na sua cabeça e
enfie um verme robô para livrá-lo de uma doença.
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