Cegonha foi presa no Egito por suspeita de espionagem
O uso de animais em guerras
não é novidade. Mesmo na 2ª Guerra Mundial, boa parte da movimentação de tropas
alemães era feita por tração animal. Comandos usavam vermes bioluminescentes
para enxergar mapas sem chamar atenção, Pombos correios foram fundamentais na
1ª Guerra. Mas nem por isso todo animal é um combatente em potencial, e o uso
de animais em espionagem nunca deu muito certo.
A CIA bem que tentou instalar um microfone
em um gato para espionar conversas de agentes da KGB, mas o primeiro gato foi
atropelado, depois descobriram o que todo dono de gato sabe: gatos não são
treináveis. Mesmo assim a suspeita ronda, e quanto mais pobre e sem informação
a região é, mais se assustam diante da tecnologia, mesmo que ela seja trivial
para qualquer um que via Mundo Animal nos Anos 80.
Foi o caso de um fazendeiro no Egito. Ele
viu uma cegonha descansando junto com outras, e estranhou um aparato na perna
da bichinha. Assustado, capturou a ave e a levou para a polícia de Qena, a 280
km do Cairo. Metaforicamente no meio do mato.
Os policiais não conseguiram identificar o
equipamento, deram voz de prisão pra cegonha e avisaram aos superiores. Dias
depois uma comissão de veterinários, provavelmente com a mesma cara de saco
cheio dos astrônomos indianos que explicaram aos militares que eles estavam
vendo Vênus e não drones, olharam o equipamento e diagnosticaram: Era um
transmissor de um instituto francês de pesquisas, usado para monitorar aves
migratórias.
Isso provavelmente estava escrito, em
francês no equipamento.
A cegonha foi liberada.
Se fosse só esse caso, tudo bem, mas isso
é meio moda por lá. Em 2011 um abutre foi detido na Arábia Saudita com um
equipamento israelense.
Acusado de fazer parte de uma conspiração
sionista, parece que foi decapitado. Os conservacionistas israelenses não
gostaram, o equipamento do abutre era um simples gravador/receptor de GPS,
usado para mapear padrões migratórios.
Não que a Arábia Saudita, que um tempo
antes havia acusado Israel de estar por trás de ataques de tubarões, fosse dar
ouvidos à razão.
Na Turquia ano passado um passarinho
capturado trazia um anel de identificação de um projeto ornitológico
israelense. O pássaro, que segundo eles, tinha “nariz estranhamente grande” foi
chamado de “dispositivo de vigilância do MOSSAD”.
Existem formas bem ineficientes de
espionagem, mas poucas conseguiriam ser piores do que soltar aleatoriamente
pássaros com microfones, ainda mais em tempos de drones e espionagem
eletrônica.
Claro que há drones que se disfarçam de
aves, mas não aves-drones. Até porque, seria mais fácil então treinar um
papagaio para voltar e repetir as conversas ouvidas.
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