Mais de 7 milhões de brasileiros usam redes Wi-Fi dos vizinhos
Quem em um momento de aperto
nunca usou (ou pelo menos tentou usar) o Wi-Fi do vizinho, que atire o primeiro
roteador! Se para muita gente esta prática é apenas um breve quebra-galho, para
mais de 7 milhões de brasileiros é a sua principal forma de acesso à internet.
É o que aponta um levantamento divulgado recentemente pelo instituto Data
Popular.
Esta constatação seria apenas uma mera
curiosidade se o assunto não tivesse ido parar na Justiça. Acontece que, de
acordo com a Anatel, o compartilhamento do acesso à internet com vizinhos é
proibido, tal como o é puxar um cabo para dividir a assinatura da TV paga com a
residência ao lado, por exemplo.
Só que a Justiça parece pensar diferente.
Na sexta-feira (13/09), o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região recusou
o pedido do Ministério Público Federal (MPF) de caracterizar o compartilhamento
de internet como crime. Para o juiz Carlos D’Avila Teixeira, esta prática não é
o mesmo que “desenvolver clandestinamente atividades de telecomunicação”, tal
como deu a entender o MPF.
A entidade muito provavelmente recorrerá
da decisão, fazendo com que o assunto se torne ainda mais passível de discussão
– reverter a decisão não significa que o compartilhamento acabará, pois a
divisão do acesso à internet é tão comum que se tornou quase que uma questão
cultural.
De acordo com o Data Popular, a prática é
mais frequente na classe média: 10% dos entrevistados desta faixa afirmaram
fazê-lo. Isso acontece principalmente porque estes consumidores costumam
contratar planos de maior velocidade, fazendo com que o compartilhamento com
vizinhos não prejudique a navegação. Mas o “fenômeno” também ocorre nas classes
alta e baixa (4% dos entrevistados de cada faixa).
O Sudeste é a região que tem a maior
proporção de compartilhamentos, 8%. O norte vem logo atrás com 7%, seguido do
Nordeste, com 6%. No Sul e Centro-Oeste este número é de 5%. Para o estudo, o
Data Popular entrevistou duas mil pessoas em cerca de 100 cidades espalhadas
pelo país durante o último mês de junho.
O instituto também verificou que a prática
diminui conforme a faixa etária: enquanto apenas 3% dos assinantes entre 40 e
59 anos revelaram compartilhar sua rede Wi-Fi, este número foi de 21% para os
entrevistados entre 16 e 25 anos. Jovens e a sua disposição de viver
perigosamente…
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