Ministério da Justiça pede esclarecimentos sobre o fim da internet móvel ilimitada
O corte de conexão após o
uso integral de pacotes de dados pode trazer dores de cabeça para as
operadoras. Claro, Oi, TIM e Vivo têm alterado suas políticas desde o ano
passado, mas isso incomodou o Ministério da Justiça, que solicitou
esclarecimentos para as operadoras sobre a mudança que tem prejudicado vários
consumidores.
Uma nota publicada no site do ministério
afirma que “foram solicitadas informações sobre a forma de bloqueio do acesso à
internet após o esgotamento da franquia de dados, comunicação prévia aos
consumidores, alterações contratuais e técnicas envolvidas, entre outros
questionamentos, que irão auxiliar na investigação preliminar do assunto, a fim
de se verificar se todos os direitos e garantias dos consumidores afetados
estão sendo respeitados.”
De acordo com a regulamentação da Anatel
para o Serviço Móvel Pessoal, tais mudanças são aceitas desde que os
consumidores sejam avisados com pelo menos 30 dias de antecedência. Por outro
lado, isso entra em conflito com o Código de Defesa do Consumidor, que proíbe a
mudança unilateral de contratos de serviço. De acordo com o Procon-RJ, a medida
da Anatel não deveria sobrepor o CDC.
As operadoras se defendem sobre o corte de
internet: umas dizem que é uma “medida natural” e que vem sendo aplicada em
outras empresas no mundo – o que é contraditório, uma vez que várias empresas
de telecomunicações, sobretudo americanas, vêm adicionando a opção de conexão
reduzida após o uso integral do pacote de dados em vez do corte de internet.
Outras dizem que a velocidade reduzida é prejudicial para a experiência de uso
de internet móvel, uma vez que a internet lenta traz insatisfação de serviço em
meio a vários clientes.
Por mais que seja terrível navegar em
velocidade reduzida, serviços de mensagens de texto instantâneas como WhatsApp
e Telegram funcionam sem problemas. Para grande parte dos usuários de
smartphone, o uso desses aplicativos é tido como essencial, e a conexão
ilimitada não impede a comunicação, ao contrário do corte de internet.
Para que os usuários possam continuar
conectados, as operadoras oferecem pacotes adicionais, mas, sobretudo no
pré-pago, as franquias de internet são extremamente limitadas. Além do mais,
várias operadoras exigem uma grande quantidade de minutos de voz para que o
cliente do plano pós-pago consiga contratar uma franquia de dados de 2 GB ou
mais, deixando vários perfis de utilização sem nenhum plano adequado disponível
para contratação.
As operadoras deverão responder ao
Ministério da Justiça em até 10 dias. Até lá, fica a esperança de melhora nos
planos de internet móvel.
Fonte: Convergência Digital
Comentários