A dor nos ajuda a sentir prazer
A ideia que nós podemos alcançar a
felicidade maximizando prazer e minimizando dor é intuitivo e popular. No
entanto a dor ajuda a sentir prazer.
O prazer por si só não consegue nos fazer
felizes. Precisamos de dor para proporcionar uma contrapartida ao prazer.
Sem dor a vida torna-se maçante, chata e
indesejada. Evidências científicas sugerem que a dor pode na verdade aumentar o
prazer e a felicidade que deriva da vida.
A dor constrói o prazer
Um exemplo excelente de como a dor pode
aumentar o prazer é a experiência comummente denominada "corredores elevados".
Após esforço físico intenso os corredores experimentam uma sensação de euforia
que tem sido associada à produção de neuroquímicos opiáceos que também são
libertados em resposta às dores.
Um estudo demonstrou que experimentar
dores não apenas aumenta as nossas sensações de felicidade, mas também reduz as
nossas sensações de tristeza. A dor pode não ser uma agradável experiência, mas
constrói o nosso prazer de maneira que o prazer sozinho simplesmente não pode
alcançar. A dor também nos pode fazer sentir melhor com experiências
agradáveis.
A dor conecta-nos ao mundo
A pessoas procuram constantemente novas
maneiras de limpar as suas mentes e conectar-se com as suas experiências
próximas. E a dor pode ser eficaz ao conseguir esse mesmo objetivo. Por quê?
Porque a dor tem a capacidade de capturar a nossa atenção. De igual forma, a
dor coloca-nos literalmente em contato com a nossa experiência sensorial
imediata do mundo, permitindo a possibilidade de prazeres poderem tornar-se
mais agradáveis e intensos.
A dor liga quem somos aos
outros
Quem experimentou um desastre
significativo vai saber que estes eventos unem as pessoas. Considere os 55.000
voluntários que ajudaram a limpar após as inundações de Brisbane em 2011, ou na
sensação de espírito comunitário desenvolvido em Nova York em reação ao 11 de
setembro. Cerimônias dolorosas foram usadas durante toda a história para criar
cooperação e coesão nas pessoas.
Um estudo examinando uma recente ritual -
o kavadi nas Maurícias - onde as pessoas que experimentaram dor tinham mais
probabilidade de doar dinheiro para uma causa comunitária, como aqueles que
simplesmente observaram a cerimônia. A experiência de dor ou a simples
observação dos outros em dor torna as pessoas mais generosas.
O que é a dor?
A dor está geralmente associada com a
doença, a lesão ou com o perigo. Frequentemente nós não vemos dor até a
associarmos a um problema. Nestes casos, a dor pode ter poucos benefícios a
todos. No entanto, também sentimos dores em intervalos de atividades comuns e
saudáveis. Considere o recente desafio do balde gelado para apoiar a ELA
(Esclerose Lateral Amiotrófica). Ao levarmos banho com a água gelada, que
provoca dor, fomos capazes de obter apoio sem precedentes para uma causa boa.
Compreender que a dor pode ter um leque de
consequências positivas não só é importante para uma melhor compreensão da dor,
mas também pode ajudar-nos a controlar a dor, quando se torna um problema.
Enquadrar a dor como positiva, em vez negativa, aumenta as respostas
neuroquímicas que ajudam a lidar melhor com as dores.
Fonte: iflscience
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