Cientistas conseguem “silenciar” cromossomo que causa a Síndrome de Down
Uma pesquisa realizada por
uma equipe de cientistas da Universidade de Massachusetts apresentou os
primeiros resultados de uma técnica que pode no futuro ajudar no tratamento de
portadores de trissomia, anomalia em que um indivíduo possui três e não dois cromossomos
de um par, sendo a trissomia do cromossomo 21 a mais conhecida, causadora da
Síndrome de Down.
No estudo publicado na Nature, a equipe
liderada pela bióloga celular, Dra. Jeanne Lawrence, estudou os efeitos do gene
chamado XIST, um velho conhecido dos pesquisadores e presente em todos os
mamíferos placentários. Os seres humanos possuem 23 pares de cromossomos, sendo
22 iguais entre homens e mulheres e o último par, formado pelos cromossomos X
e/ou Y. Esse gene em questão é o responsável por desativar o segundo cromossomo
X que cada mulher possui, de modo a balancear a expressão dos genes presentes
no cromossomo (já que o homem só possui um). A trissomia ocorre quando um
cromossomo a mais aparece em um dos pares, sendo a mais comum a trissomia dos
pares 21, causadora da Síndrome de Down.
Segundo a dra. Lawrence, o processo
envolveu testar células-tronco de portadores de Down adultos, para com isso
provar se haveria a possibilidade de tratar os aspectos degenerativos da
patologia em diferentes órgãos do corpo humano. O gene XIST foi injetado em uma
das três cópias do cromossomo 21, junto com um “gatilho químico” que ativaria o
gene após uma injeção de doxiciclina, um antibiótico. O resultado foi
satisfatório: o terceiro cromossomo foi silenciado tal como o cromossomo X, e
ele ainda ajuda a corrigir as imperfeições celulares que ele causou.
O estudo ainda está em fase preliminar,
ainda estão realizando estudo para comprovar se o gene foi desligado por
completo ou parcialmente, na possibilidade disso causar efeitos adversos. Mas
desde já é um importante avanço na pesquisa de tratamentos genéticos de pessoas
com síndromes causadas por cromossomos: mesmo que isso não signifique uma cura,
pode ajudar a desenvolver tratamentos cada vez mais eficazes para combater os
sintomas e problemas degenerativos.
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