Executiva destrói carreira com uma só tuitada


     Ainda hoje há quem pense que o Twitter é a Casa de Irene, onde todo mundo faz o que quer e não pega nada. Diversas manifestações de ódio são vistas nessa indústria vital com o passar dos anos, desde o caso “Gente Diferenciada” à Mayara Petruso, isso só para citar o Brasil. Lá fora vira e mexe aparecem casos semelhantes, como quando a seleção feminina de futebol conquistou o ouro olímpico em cima do Japão; bastava procurar “Pearl Harbour” ou “japs” e sentir vergonha da humanidade.
     Na última semana a comunidade do Twitter se divertiu no que pode ser o último Schadenfreude do ano, quando a então diretora de comunicações da InterActiveCorp (grupo que é dono de sites e serviços como Daily Beast, Vimeo, About.com, Match.com e Ask.com, entre outros) Justine Sacco, soltou a seguinte piadinha sem graça:


“Indo para África. Espero não pegar AIDS. Tô só brincando. Eu sou branca!”

     Poderia essa tuitada ser um hack? Era provável, já que quando a mensagem subiu ela estava no voo a caminho da África, portanto, incomunicável. Entretanto quando a mensagem foi parar no Buzzfeed, a horda da internet vasculhou sua conta e viu que ela soltou vários comentários maldosos similares quando ela realizou outras viagens. Ou seja, ela deixou um baita rastro atrás dela.
     A IAC obviamente assumiu a defensiva, declarando que o comentário “não reflete a visão e valores da companhia” e que “tomaria as medidas cabíveis”. O problema é que devido à situação, ela não poderia ser kickada da empresa enquanto o avião não pousasse, o que gerou uma situação divertidíssima onde os usuários do Twitter criaram a hashtag #HasJustineLandedYet, esperando o avião pousar para que Justine se desse conta da bomba que ela armou, explodisse em suas mãos.
     Assim que chegou à Cidade do Cabo e tomou nota da situação, Justine deletou sua conta do Twitter e tentou se safar do aeroporto, sem sucesso. Obviamente o desfecho não poderia ser outro. Ela foi sumariamente demitida pela IAC. Ciente da burrada (e tentando inutilmente remendar sua imagem), Justine disse através de comunicado divulgado pela rede ABC que “palavras não são o suficiente para expressar o quanto estou arrependida e o quão necessário é preciso pedir perdão ao povo da África do Sul, a quem eu ofendi através de uma mensagem insensível e desnecessária”. Justine ainda ressaltou o óbvio ululante que “a AIDS não escolhe raça, gênero ou orientação sexual” e ainda tentou atentar para o fato de que nasceu no país, no melhor estilo “alguns de meus melhores amigos são…”.
     A cereja no bolo, entretanto, veio da ONG Aid for Africa: ao invés de pedir uma doação de Justine como forma de aceitar suas desculpas, o grupo simplesmente registrou o domínio JustineSacco.com e o fez apontar para seu site. Se vivo fosse Mandela aplaudiria.

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