Apertem os cintos, o copiloto sumiu!
Já imaginou um avião comercial comandado
apenas pelo piloto? A NASA já, tanto que a entidade se uniu à Rockwell Collins,
companhia especializada em sistemas aeroespaciais, para estudar a possibilidade
de aeronaves serem conduzidas sem a figura do copiloto.
Tecnicamente, é possível um avião ser
operado por uma única pessoa. Mas, no cenário atual, a presença do copiloto é
imprescindível por diversas razões. É ele que ajuda o piloto a monitorar todos
os sistemas da aeronave, assim como na comunicação com equipes em terra, por
exemplo. O copiloto também assume o controle quando o comandante precisar
ausentar-se temporariamente do cockpit.
A combinação de piloto e copiloto é, acima
de tudo, um mandamento de segurança. É procedimento padrão a verificação de uma
série de itens da aeronave, principalmente antes da decolagem. Quando
devidamente executada, esta tarefa propicia as condições necessárias para o voo
ocorrer sem ocorrências importantes. Este trabalho costuma ser feito em dupla.
Mas o estudo da NASA vislumbra um cenário
em que a tecnologia estará avançada o suficiente para o posto de copiloto ser
eliminado, pelo menos parcialmente: a ideia é que estes profissionais
permaneçam em terra e auxiliem comandantes remotamente.
Este aspecto, por si só, dá a entender que
a função do copiloto permanecerá existindo, mas esta é, quando muito, apenas
uma meia verdade: o auxílio ao comandante é cogitado apenas para os momentos
mais críticos, como os procedimentos de decolagem. Isso significa que um único
copiloto poderá atuar em vários aviões, diminuindo a quantidade de postos.
A ideia tem como finalidade principal
diminuir os custos com folhas de pagamento, então? A NASA aponta para uma
possível escassez de pilotos por conta da previsão de aumento de voos
comerciais nas próximas décadas, mas não dá para descartar esta possibilidade.
Seja lá como for, esta é uma mudança para
um futuro distante. Os primeiros passos, no panorama mais imediato, não deverão
ser dados antes de 2030.
Para começar, é necessário que sistemas e
equipamentos sejam atualizados, incluindo as configurações dos cockpits, para
que o piloto consiga operar sozinho. Em muitos casos, a nova estrutura terá
tamanho nível de complexidade que a adaptação de aviões se mostrará inviável.
Testes feitos em simuladores também
mostraram que a ideia de um copiloto atuar remotamente trouxe mais confusão do
que benefício: em várias situações, piloto e copiloto tiveram dificuldades para
saber exatamente o que o outro estava fazendo.
Há ainda aquela pergunta que você deve estar
se fazendo desde o início da postagem: o que acontecerá se, por alguma razão, o
piloto ficar impossibilitado de comandar a aeronave no meio do voo?
Os sistemas do avião serão avançados o
suficiente para conduzi-lo até o aeroporto mais próximo ou permitir operação
remota, provavelmente. Porém, talvez mais do que os desafios tecnológicos,
parâmetros éticos e legais farão com que um cenário como este demore bastante
para virar realidade.
Fonte: WSJ.com
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