Pesquisadores criam nova criptografia inspirada no corpo humano
Uma nova forma de
criptografia promete ser “altamente resistente a métodos convencionais de
ataque” e pode tornar nossa vida digital mais segura – e ela é completamente
inspirada na forma como nossos corações e pulmões coordenam o ritmo ao passar
informação entre um e outro.
Pesquisadores da Universidade de
Lancaster, no Reino Unido, trabalharam para entender as interações complexas
entre coração e pulmões, e criaram um modelo de software complexo que simula
essa comunicação. Eles, então, perceberam que o mesmo modelo poderia ser usado
para criptografar dados. Tomislav Stankovski, um dos pesquisadores, explica:
“[O modelo] é radicalmente diferente de
qualquer outro procedimento existente. Inspirado pela natureza de variação de
tempo das funções cardio-respiratórias recentemente descobertas em humanos,
propomos um novo esquema de criptografia que é altamente resistente aos métodos
convencionais de ataques.”
Os pesquisadores dizem que este método
funciona ao criptografar sinais de dados usando a variação de tempo entre duas
funções independentes. Se isso não parece fazer sentido, tente pensar desta
forma: seu coração e seus pulmões operam como unidades independentes, mas eles
também passam informações de um para o outro para ajudar a regular cada um
deles. A informação só faz sentido no contexto do que acontece nos dois
extremos – no caso, no coração e nos pulmões.
É por isso que, ao escolher as funções
corretamente, você pode usar um processo similar para criptografar dados. O
trabalho foi publicado na Physical Review X. Parece funcionar bem: os
pesquisadores relatam que ele oferece números infinitos de escolhas para as
chaves secretas de criptografia compartilhadas entre emissor e receptor, e pode
transmitir diversos fluxos diferentes de informação simultaneamente, além de
não ser afetado por ruido externo.
Isso significa que é virtualmente
impossível quebrar a criptografia, e ainda permite que múltiplos fluxos de
dados usem a mesma chave de criptografia, em vez de ser que usar uma nova para
cada sinal. Em outras palavras, é excelente! Com sorte, ganhará forma no mundo
real em breve. A boa notícia é que o processo já foi patenteado – não deve
demorar muito depois disso.
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