A provável solução para os carros elétricos


     Um dos grandes gargalos para a adesão dos carros elétricos pode estar em vias de ser solucionado. O uso de baterias de ar-alumínio, em substituição às de lítio, pode dar aos veículos elétricos a autonomia que, hoje, eles não possuem. A empresa israelense Phinergy já possui protótipos da tecnologia que podem levar um carro a distâncias de 1.600 km, eficiência energética que se equipara aos índices da gasolina e do diesel. De acordo com o site Green Car Reports, a empresa já assinou um contrato com uma grande montadora para que a tecnologia esteja disponível em modelos que serão lançados em 2017.
     Baterias geram energia a partir de reações químicas entre elementos em seu interior. No caso de uma bateria de íons de lítio, por exemplo, é o trânsito desses íons que libera elétrons para consumo. Em uma bateria de metal-ar, como o caso da proposta pelos israelenses, a energia é obtida a partir da oxidação do metal pelo ar ao nosso redor. Nesse caso, o alumínio.
     Ao contrário da bateria de lítio comum, o ar não precisa estar encapsulado no interior da bateria. Isso significa que ela pode ser muito mais leve e simples de fabricar, uma vez que um de seus principais componentes pode ser encontrado em qualquer lugar da Terra. Baterías de lítio precisam ser seladas porque seus componentes são ridiculamente tóxicos e não podem entrar em contato com o exterior. Isso faz dessas baterias pesadas, o que não é algo desejável em carros: quanto mais peso, mais energia você precisa gastar para se mover.


     O modelo desenvolvido pela Phinergy usa 50 placas de alumínio. Cada uma delas, ao oxidar, gera energia elétrica suficiente para aproximadamente 32 km. Depois de 1600 km, as placas estão oxidadas demais e precisam ser substituídas por novas. Além disso, a cada 320 km percorridos, é preciso realimentar a bateria de ar-alumínio com água, que faz o papel de eletrólito no componente. É interessante comparar o limite de alcance dessa bateria com o que se pode fazer com as desenvolvidas com lítio, que na melhor das hipóteses, chegam à casa dos 300, 400 km.
     Trocar de bateria a cada 1.600 km só será uma ideia defensável se os custos forem interessantes. E, em princípio, são: no mercado internacional, um quilograma de alumínio custa US$ 2, aproximadamente R$ 4. O conjunto de 25 placas de alumínio da bateria custaria R$ 100, aproximadamente. Ignorando custos de operação para troca da bateria, assumindo que o motorista dependa de assistência especializada para isso, seria possível rodar 1600 km com 100 reais, valor extremamente competitivo no contexto brasileiro de gasolina custando R$ 3 em algumas cidades.
     Num carro que faça 10 km a cada litro, o custo para se rodar 1.600 km, pagando R$ 3 a cada litro, é de R$ 480. No final das contas, mesmo o alumínio oxidado pode ser reaproveitado, uma vez que, como tudo na natureza, a oxidação não é irreversível, embora o custo para reciclar o metal seja caro e a energia despendida no processo tenda a tornar o alumínio reutilizado mais caro com o tempo.


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