Uma favela em Nova York
O ano de 1929 ficou marcado
na história como o início da mais severa crise econômica do século XX. Causada
por múltiplos fatores bancários e de paridade monetária, teve como marco
inicial o "Crash" da Bolsa de Valores de Nova Iorque, que transformou
grandes fortunas em poeira, trazendo desemprego, desespero e fome para famílias
que nunca pensaram que enfrentariam tais problemas.
A Grande Depressão talvez
tenha sido a primeira amostra da existência de uma simbiose econômica, onde os
erros de uma nação poderiam afetar indistintamente toda a economia global, num
efeito que viria mais tarde ser chamado de "globalização".
Nos Estados Unidos, porém, a
crise mostrou sua face mais cruel, causando redução de 46% na produção
industrial, 70% no comércio exterior e um aumento de 607% na Taxa de
Desemprego, que de um patamar histórico de 5% pulou para 25% durante a crise.
E foi neste cenário terrível que cerca de
20.000 veteranos da 1a guerra se dirigiram para Washington, cobrando do governo
do então Presidente Herbert Hoover o pagamento imediato de auxílio financeiro.
Como forma de protesto, eles construíram barracos próximos ao Congresso. Estas
espécies de "favelas" foram então batizadas pelos americanos de
"Hoovervilles".
Uma das mais curiosas e
inusitadas "Hoovervilles" foi instalada em pleno Central Park, o
icônico cartão postal nova iorquino, na área hoje conhecida por "Great
Lawn" ("Grande Gramado").
Ironicamente, a crise teve seu fim no
início da década de 40, com a movimentação econômica provocada pela 2a Guerra
Mundial, com pleno emprego e investimentos maçicos em tecnologia e produção
para abastecer o front europeu e posteriormente as tropas americanas do
Pacífico.
Quem hoje percorre o amplo gramado do Central Park, na cidade que talvez
melhor simbolize a opulência e poderio econômico norte-americano, dificilmente
pensará que por lá um dia existiu uma favela no melhor estilo sul americano...
Fonte: Rioblog
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