Windows XP ainda roda em 95% dos caixas eletrônicos do mundo


          O Windows XP terá seu suporte encerrado definitivamente em 8 de abril deste ano. Convenhamos, a versão aguentou bem: seu lançamento aconteceu em agosto de 2001. A sua “aposentadoria” já era esperada, portanto. Mas, mesmo assim, muitas empresas não se prepararam para ela, dentre as quais, bancos: 95% dos caixas eletrônicos de todo o mundo ainda rodam o Windows XP.
     A estimativa foi fornecida ao The Verge pela NCR, companhia norte-americana especializada em ATMs (sigla em inglês para estes terminais) e que fala com a propriedade de ser um dos principais nomes do ramo.
      Considerando apenas os Estados Unidos, esta porcentagem indica que há cerca de 400 mil caixas eletrônicos nesta situação e, de acordo com a KAL, empresa que fornece software para estes equipamentos, a previsão é de que apenas 15% tenham seu sistema operacional substituído até o mês de abril.
      No Brasil, os bancos tratam do assunto de maneira discreta, portanto, não há dados oficiais, mas se sabe que o Windows XP também é bastante utilizado nos terminais bancários espalhados pelo país. Não é regra, vale frisar. O Banco do Brasil, por exemplo, começou a utilizar Linux em seus ATMs a partir de 2009. O problema é que boa parte das instituições atuantes no país reflete o cenário global.
     É verdade que o lema “em time que está ganhando não se mexe” contribui para esta situação, mas é fato que a migração de plataformas em ATMs é tudo, menos fácil. O sistema operacional substituto tem que ser testado e homologado, não só para garantir comunicação com os sistemas bancários como também para fins de auditoria.
     Há também a necessidade de treinar equipes de TI, analisar os requisitos de hardware (muitos ATMs terão que ser completamente trocados), verificar a compatibilidade com tecnologias essenciais aos serviços financeiros e assim por diante.
     Este tipo de mudança é tão complexo e custoso que as instituições bancárias, de maneira geral, preferem adiar ao máximo o trabalho. Isso aconteceu inclusive na migração para o Windows XP: até meados dos anos 2000, era muito comum encontrar caixas rodando o OS/2, uma vez que o suporte desta plataforma só foi encerrado em 2001.
     O fim do suporte do Windows XP não significa que, de uma hora para a outra, este sistema ficará completamente inseguro, mas os riscos de exposição a vulnerabilidades e os custos de manutenção aumentarão progressivamente, portanto, os bancos terão que mudar seus terminais, queiram ou não.
     Nos Estados Unidos, o substituto predominante será o Windows 7, com muitas instituições devendo fechar contratos com a Microsoft ou com companhias de segurança para conseguir manter os terminais com Windows XP em níveis razoáveis de segurança até o fim da migração.
     É claro que as instituições brasileiras na mesma situação não deverão escapar deste processo, mas como os sistemas financeiros daqui são diferentes e mais complexos em vários aspectos (sem contar a lei do time que está ganhando), é bom não esperar por nada tão imediato.

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