Comissão europeia quer dividir controle da internet
Não é de hoje que se fala em
diminuir a influência dos Estados Unidos sobre o controle da internet, mas
depois de todas aquelas denúncias de espionagem por parte da NSA, este “desejo”
ficou mais forte: a Comissão Europeia anunciou hoje uma proposta para deixar a
gestão da rede mais equilibrada e transparente.
O principal ponto apresentado pela
entidade é a substituição da atual estrutura da ICANN, órgão norte-americano
que, entre outras funções, controla a distribuição de endereços IP e domínios,
por uma formação internacional e, portanto, descentralizada.
Outra ideia é a criação de uma plataforma
global capaz de assegurar transparência nas políticas referentes à internet, o
que ajudaria na resolução de conflitos e a evitar que uma organização
aproveitasse a sua posição de controle para obter informações privilegiadas.
O que mais chama a atenção é que, na
proposta, a Comissão Europeia não hesitou em deixar claro que a “gota d’água”
para a sua decisão é a questão da espionagem por parte dos Estados Unidos: “a
vigilância em larga escala e as atividades de inteligência levaram à perda de
confiança na internet e sua atual estrutura de gestão”, informa um trecho do
documento.
O discurso dado por Barack Obama no mês
passado pode ter contribuído para este clima de “agora chega”: na ocasião, o
presidente dos Estados Unidos prometeu diminuir a espionagem, mas ao mesmo
tempo informou nas entrelinhas que o país não abrirá mão, nem um pouco, de seu
poder.
A Europa não está sozinha nesta
empreitada. Fora deste continente, o Brasil é um dos países que mais apoia o
controle descentralizado da internet. Não é à toa que São Paulo sediará, no
próximo mês de abril, um encontro entre várias organizações justamente para
discutir o assunto.
Informações: WSJ.com
Comentários