Elevadores sem cabos e que se movem horizontalmente
Você teria coragem de entrar em um
elevador que não é sustentado por cabos? E mais: que se baseia em um sistema
que permite mais de uma cabine por poço e até mesmo locomoção horizontal? É uma
ideia pra lá de futurista, mas já não tanto: a alemã ThyssenKrupp, tradicional
fabricante de elevadores, acaba de apresentar uma tecnologia que vislumbra
justamente estas possibilidades.
Batizado de “Multi”, a invenção faz com
que os elevadores utilizem levitação magnética (maglev) para se locomover,
assim como determinados trens-bala do Japão. Em outras palavras, um poderoso
sistema de imãs responde pela movimentação das cabines, dispensando os
tradicionais mecanismos de impulsionamento por cabos.
A ThyssenKrupp explica que o Multi
funciona como um sistema circular contínuo, algo como um carrossel, fazendo uma
comparação grosseira. Como há uma via de subida e outra de descida, pode-se
colocar vários elevadores no sistema – na tecnologia atual, o máximo são dois.
Se o elevador não desce pelo mesmo caminho
que sobe, como ocorre a troca de via? É aí que entra a locomoção lateral: ao
chegar no final do percurso, a cabine é simplesmente deslocada horizontalmente.
Este modo também permite que o elevador possa atender a mais de um ponto no
mesmo andar.
Com um número maior de cabines e
movimentação circular, o tempo de espera e as filas nos andares diminuem. A
locomoção também é mais rápida: além de o elevador ter mais velocidade (sem
causar desconforto), o usuário não precisa trocar de cabine quando estiver em
um prédio bastante alto. O ideal é que a construção tenha até 600 metros, mas a
ThyssenKrupp afirma que é possível adaptar o sistema para trabalhar com alturas
maiores.
Para garantir que tudo funcione dentro do
esperado, o Multi conta com vários mecanismos de segurança. Equipamentos de
frenagem atuam em caso de emergência e há um sistema que para os elevadores
quando um fica muito próximo do outro. O uso de materiais mais leves, além de
permitir que as cabines funcionem com menos motores, torna a parada mais fácil.
Uma tecnologia como esta faz mais sentido
em prédios gigantescos, razão pela qual não deveremos encontrar muitos destes
elevadores por aí. A ThyssenKrupp sabe disso, é claro, e pensa no longo prazo:
a falta de espaço em grandes centros urbanos motivará cada vez mais projetos de
megaconstruções que se beneficiarão de sistemas como este.
Por enquanto, a tecnologia está no papel.
Mas a ThyssenKrupp espera avaliá-la no final de 2016, quando a construção de
uma nova torre de testes em Rottweil, na Alemanha, deverá estar concluída.
Fonte: Gizmodo
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