Netflix - pirataria ajudou serviço a se consolidar
A gente está mais do que
careca de saber que a disseminação da internet nas últimas duas décadas mudou o
comportamento padrão do consumidor de mídia. Antes resignado a depender da TV e
Home Video, o usuário hoje está inserido numa realidade em que tudo o que
deseja está na rede, basta saber procurar um pouco ou caso esteja disposto a
pagar, assinar um serviço de streaming.
Por muito tempo, entretanto a Locadora não
foi somente a norma (e ainda é, de certa forma), mas a única opção possível
para não ter que depender dos meios tradicionais até a consolidação do
streaming. Mas para o CEO da Netflix Reed Hastings a pirataria foi fundamental
para o sucesso não só de seu serviço como do formato de distribuição em si.
Nós sabemos que para cada um que prefere
assinar o Netflix para ter uma vida descomplicada, há uns 10 que não abrem mão
dos torrents mesmo tendo que virar a internet atrás da melhor resolução,
arquivos com seeders o bastante, legendas decentes e por aí vai. Mesmo séries
exclusivas não são imunes, House of Cards foi pirateada a rodo e com Sense8 não
está sendo diferente.
A questão é a seguinte: para Hastings a
distribuição de vídeos de forma ilícita criou no usuário o costume de consumir
mídia na internet; este abriu mão da TV, locadoras tradicionais e de comprar
mídias físicas em prol de uma forma mais simples e rápida — e porque não,
gratuita — de assistir o que quiser.
E como a Netflix se beneficiou disso? Utilizando
a máxima defendida por Gabe Newell há anos: a pirataria se vence com serviços
melhores e não com repressão. O serviço se oferece como uma forma “mais simples
e imediata do que ir atrás de um torrent”, com legendas automáticas,
sincronização automática com todos os seus dispositivos, compatibilidade com
inúmeras plataformas e etc. Só pela comodidade muita gente considera que R$
17,90 por mês é um valor mais do que justo para não ter que esquentar a cabeça.
Claro que muita gente não pensa assim, preferindo
continuar com o escorpião no bolso e continuando fiel à Locadora. Opções
alternativas como o balde de pipoca e sua variante educativa têm surgido nos
últimos tempos, mas eu prefiro pensar que Netflix e similares são um formato
que deve se expandir cada vez mais no futuro. O que incomoda é a chamada
balconização, mas aí não temos muito o que fazer a respeito.
Fonte: Extreme Tech.
Comentários