KC-390 – O maior avião já produzido no Brasil
O avião que a Embraer está
desenvolvendo é esse bicho da foto aí de cima, o KC-390. Ele voa a 850 km/h,
contra 592 km/h do Hércules, e carrega 23 toneladas de carga, contra 20 do
modelo americano. A autonomia do Hércules é maior, mas o KC-390 não tem
exatamente pernas curtas: Com 11 toneladas de carga ele faz
Brasília-Miami, sem escalas. Mais que suficiente para transportar uma brigada
paraquedista até Buenos Aires, não que eu esteja sugerindo algo.
A unidade custará US$ 50 milhões, contra
US$ 30 milhões do Hércules, mas não dá para competir com uma aeronave com 60
anos de amortização de custos. O programa de desenvolvimento vai custar US$
2,25 bilhões, com o governo brasileiro botando boa parte da grana. É isso ou
gastar bem mais financiando o programa de desenvolvimento de outros países, já
que não há ainda concorrentes à altura do KC-390. A própria Boeing está se
tornando parceira da Embraer, não duvido que ele ocupe um nicho de transporte
de passageiros (configuração para 80) em regiões remotas, já que pode operar em
pistas de terra com buracos de até 40 cm.
A estimativa é que o KC-390 faça seu
primeiro vôo em 2014 e entre em operação em 2016. Há vários países bem
interessados, e no Brasil um dos principais clientes será… os Correios.
Os números envolvidos são impressionantes,
tanto em investimento quanto em perspectivas de faturamento. Principalmente,
servem para mostrar que apesar de não conseguirmos fazer uma simples estante
pra Estação Espacial Internacional, e nossos foguetes competirem com os de
Robert Goddard, ficando atrás dos de Von Braun (e dos indianos), temos uma
indústria aeroespacial real, que só precisa de menos cabides, menos caciques e
mais responsabilidades reais junto aos acionistas. Aí funciona. E muito bem.
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