CD de Kate Perry é considerado de “risco biológico” na Austrália


   Com o intuito de promover o espírito “as plantinhas nossas amiguinhas”, o álbum da voluptuosa cantora vem com sementes para as fãs plantarem e “espalharem a luz”.
     Como alguém na equipe de produção não era completamente retardado, decidiram que os CDs trariam sementes locais, ou seja: CD dos EUA traz sementes dos EUA; CD da Austrália, alguma coisa da Austrália; e o CD da Miley Cyrus, sementes de maconha. Infelizmente isso não leva em conta o mundo globalizado.
     As chances das fãs comprarem CDs de outros países online são enormes, seja para colecionar, seja por serem mais baratos, seja por estarem viajando. E esses CDs trarão sementes de fora. Quais? Ninguém sabe. Qual o efeito de sua introdução? Também desconhecido. Chegaram a fazer testes mas, todos os beagles se suicidaram antes de começarem a tocar a 2ª faixa.
     Como resultado o Ministério da Agricultura de lá classificou o disco como risco biológico. Fiscais foram instruídos a incluir os discos na lista de materiais a analisar, nas alfândegas, e estão pensando em confiscar CDs que tenham sido comprados por fãs australianos.
     Não estão exagerando. Na metade do Século XIX uma praga de pulgões trazidos dos EUA simplesmente dizimou a indústria vinícola na Europa. As plantas morriam como moscas, nenhum inseticida era eficiente. Até magia foi tentada, sem sucesso. A indústria teve que ser reconstruída do zero, com mudas resistentes, também vindas dos EUA. A culpa? Navios a vapor. Nos velhos veleiros os pulgões morriam durante a viagem, quando a travessia começou a ser feita mais rápido, mudas importadas para experimentação por vinicultores locais vinham com pulgões vivos.
      Essa “globalização da natureza” é inevitável, e não é mais inédita do que uma era glacial. Para a Evolução é só mais uma mudança de ambiente, e ela tem bilhões de anos nas costas, tira de letra. A não ser que comecem a botar sementes em CDs do Justin Bieber.

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