Um golpe perfeito: Victor Lustig, o homem que vendeu da Torre Eiffel


     Em 1925, o elegante e mundano vigarista Austro-Húngaro Victor Lustig, que se fazia chamar “o Conde”, conseguiu dar o “golpe da sua vida”, vendendo a Torre Eiffel a um ingênuo negociante de sucata. Aproveitando que a câmara da capital estava com graves dificuldades financeiras, que impediam inclusive reparar o monumento enferrujado, Lustig se instalou na suíte mais elegante do Hotel de Crillon, em frente à Praça de la Concorde, com uma estupenda vista para a sua futura vítima. Graças a um falsificador conseguiu várias folhas em branco, envelopes e selos com o carimbo da Câmara de Paris e convocou por escrito os cinco mais importantes comerciantes de sucata do país, para lhes propor um grande negócio que exigia o máximo de discrição. Os cinco interessados foram ao encontro, e Lustig, no meio de aperitivos e taças de champanhe, revelou-lhes que havia sido designado pelas autoridades municipais para vender a Torre Eiffel à melhor proposta. Enquanto explicava as dificuldades financeiras que obrigavam a câmara a se desfazer do monumento, observava seus cinco interlocutores para detectar o mais ambicioso e ingênuo ao mesmo tempo. 48 horas depois recebia cinco envelopes fechados com propostas de compra. Só se interessou por aquele que achava que cairia mais facilmente nas suas mãos. Convocou-o no dia seguinte para lhe comunicar que a sua proposta era a que tinha sido aceita. “Mas você sabe que nestes casos costuma-se fazer chegar discretamente ao senhor Presidente uma quantia correta em dinheiro vivo, para lhe agradecer o seu apoio”, disse-lhe Lustig, o que o futuro novo “dono” da Torre aceitou imediatamente. Um dia depois, o feliz comprador chegou a vê-lo com uma pasta cheia de cédulas e acertou voltar à tarde para assinar a transferência oficial. Qual não foi a sua surpresa, ao constatar que “o Conde” tinha feito as suas malas, pago a conta e deixado o hotel com destino desconhecido. Lustig era mestre porque sabia enganar malandros. E que malandros!
      Certa vez, o golpista procurou ninguém menos que Al Capone, oferecendo um esquema para fazer o dinheiro dele dobrar em dois meses com uns investimentos. O mafioso lhe deu 50 mil dólares, junto com uma descrição do que lhe aconteceria se o enganasse. Aí Lustig simplesmente guardou tudo no cofre. E dois meses depois, devolveu tudo para Capone, pedindo desculpas e contando que o esquema de investimentos tinha falhado. Grato por Lustig ter sido tão honesto, Al Capone lhe deu 5 mil dólares como prêmio. E era o tal prêmio que Lustig esperava desde o começo. Outro golpe que ele aplicava em golpistas era vender máquinas de falsificar dinheiro. Ele escolhia um bandido e contava que tinha um aparelho fantástico, capaz de copiar notas. “Só que leva 6 horas para que o trabalho fique ok”, dizia. Então ele colocava uma nota de 100 dólares na máquina para demonstração. Seis horas depois, saía uma “cópia” perfeita (Lustig colocava duas cédulas verdadeiras lá dentro antes, claro). Depois de receber o dinheiro pela venda da máquina, ele ia embora. E o comprador só percebia o engodo depois de 6 horas. Em 1934, finalmente, a carreira dele acabou. Lustig foi preso e mandado para Alcatraz, onde fez companhia ao amigo Al Capone.

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