Acessório para smartphone faz testes de HIV em 15 minutos
Smartphones são dispositivos
tão versáteis que podem ser aplicados em uma variedade imensa de áreas,
inclusive medicina: pesquisadores da Universidade de Columbia criaram um
pequeno dispositivo que, quando ligado ao conector dos fones, transforma o
celular em um equipamento capaz de auxiliar no diagnóstico de doenças
infecciosas, como AIDS e sífilis.
O funcionamento é simples: basta que uma
única gota de sangue seja colocada em uma lâmina que, no passo seguinte, é
encaixada no dispositivo. O aplicativo correspondente identifica o paciente e,
na sequência, coordena todas as fases do teste. O resultado sai em 15 minutos.
Com o uso dos reagentes químicos
adequados, a invenção é capaz de realizar praticamente todas as funções
mecânicas, ópticas e eletrônicas do teste Elisa, um dos tipos mais utilizados
atualmente para auxílio no diagnóstico de AIDS. Mas, enquanto equipamentos
laboratoriais dedicados podem exigir investimentos de mais de US$ 18 mil, o
acessório em questão custa apenas US$ 34.
É neste ponto que vem a inevitável
pergunta: um dispositivo tão barato como este fornece resultados confiáveis?
Sob a liderança do professor Samuel K. Sia, é o que a equipe responsável pelo
projeto vem tratando de descobrir.
Para tanto, os cientistas foram até
Ruanda, país com elevado índice de contaminação com HIV, e testaram o
dispositivo em 96 pacientes.
Na avaliação geral, os resultados foram
quase tão precisos quanto aqueles realizados por equipamentos tradicionais: os
pesquisadores constataram sensibilidade (capacidade de indicar corretamente a
doença) de 92% a 100% e especificidade (capacidade de excluir corretamente não
infectados) de 79% a 100%.
É claro que a ideia aqui não é permitir
que você compre o acessório e faça os testes por si só. O projeto está sendo
desenvolvido para auxiliar equipes de saúde que atuam em regiões com pouca ou
nenhuma infraestrutura, como é o caso de Ruanda. “Nós sabemos que o diagnóstico
precoce e o tratamento de mulheres grávidas pode reduzir as consequências
adversas em mães e bebês”, exemplifica Sia.
A adoção em larga escala do dispositivo
depende de mais testes, obviamente. Financiamento para as próximas etapas já
há: entre as entidades que apoiam o projeto está o governo da Noruega e a
Fundação Bill e Melinda Gates.
Fonte: Reuters
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