Do monofônico ao 7.2 - A evolução dos sistemas de som domésticos
Ao comprar um home theater ou outro
aparelho de som, nos deparamos, muitas vezes, com sistemas de áudio de números
2.0, 2.1, 5.1 e até mesmo 7.1. Eles se referem à quantidade de canais de áudio
que derivam do dispositivo. Essas configurações determinam a qualidade da
experiência do ouvinte com o áudio reproduzido. A fidelidade ao conteúdo sonoro
original varia de acordo com esses padrões.
O primeiro sistema sonoro criado foi
monofônico. Nesse modelo, todas as informações de áudio são registradas em um
mesmo canal, mesmo o aparelho podendo ter várias caixas ligadas a ele. Todas
elas, no entanto, emitem o mesmo conjunto sonoro, fato que diminui a noção
espacial do som original, pois não é possível distinguir de onde vem cada
elemento.
Com a formalização, em 1957, do sistema
estereofônico, também chamado 2.0, ocorreu uma grande evolução na reprodução de
música no mundo inteiro. O novo sistema apresentava duas fontes sonoras
distintas (esquerda e direita), dividindo, assim, o áudio em dois. Era
possível, por exemplo, reproduzir uma guitarra somente no canal esquerdo e uma
bateria no canal direito.
Ainda hoje, a maioria dos aparelhos de
reprodução adota o sistema estereofônico, por mais que o cinema e home theaters
venham, a cada dia, tomando mais espaço, com novos canais de áudio à
disposição. Entretanto, para o ouvinte comum, os padrões 2.0 e 2.1 ainda são
recomendados pelo excelente custo-benefício. Fone de ouvido de boa qualidade ou
caixas de som para PC dispõem, por exemplo, dessa configuração.
Mas o que esses números significam?
Antes de ir além, cabe definir a diferença
entre os sistemas 2.0 e 2.1, por exemplo. O número antes do ponto representa o
número de canais de áudio comuns disponíveis no aparelho. Já o número à direita
do ponto indica os subwoofers, caixas especialmente fabricadas para reproduzir
frequências extremamente graves (em geral, de 20Hz a 200Hz).
O 5.1 e a revolução
comercial
Com a evolução na reprodução de áudio e
consequente implementação no cinema, o som 5.1, que tem suas origens em
experimentos feitos durante a década de 1970 e 1980, foi ganhando forma. Era
possível ligar cinco canais de áudios distintos, aumentando a sensação de um
ambiente sonoro real para o ouvinte. Dessa forma, ele consegue perceber, por
exemplo, a sensação de sons de tiros vindo de trás, sussurros da direita e um
cavalgar da esquerda, por exemplo. Como já explicado, o 5.1 ainda conta com um
subwoofer para reprodução de frequências mais graves.
Em geral, a disposição das caixas se dá de
forma que o ouvinte fique no “centro” de uma região que recriará o espaço
sonoro do filme. Uma caixa a sua frente, uma de cada lado (direita e esquerda)
e duas (direita e esquerda) um pouco atrás, além do subwoofer, que pode ser
colocado em diversos pontos. A imagem a seguir ilustra uma forma de
posicionamento clássico do sistema 5.1.
Dessa maneira, em uma cena em que um trem
passa pelos trilhos de um lado para outro, é possível, mesmo de olhos fechados,
acompanhar a movimentação do maquinário, observando a passagem do som da
direita para a esquerda, de uma caixa para outra. O objetivo dessa distribuição
de áudio é recriar uma contextualização sonora que nossos ouvidos, em uma
situação real, conseguiriam captar com maestria natural.
Cabe lembrar que para usufruir o 5.1 e
derivados, é necessário ter um aparelho com potência correspondente ao tamanho
de sua sala. O cômodo precisa ser grande o suficiente para posicionar as caixas
de maneira satisfatória, pois os alto-falantes laterais devem ficar a cerca de
um metro de distância da televisão e do ouvinte.
O home theater é indicado, então, aos
aficionados por filmes e que gostariam de uma experiência mais fidedigna da
ficção. O barateamento desse sistema de som possibilitou levar toda a qualidade
sonora para dentro de casa, com sistemas de som 5.1, 7.1 e até 7.2, com dois
subwoofers para aumentar ainda mais a pressão oriunda de frequências mais
graves.
Em média, um conjunto 5.1 satisfatório
custa em torno de R$ 900. Já o 7.1, além de exigir uma sala bem grande para o
posicionamento correto das caixas, sai pelo preço médio de R$ 2.700.
Fonte: Tectudo
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